terça-feira, 17 de junho de 2014

Vale, Samarco e CSN estão tentando criminalizar a luta dos trabalhadores e da população

No dia 16 de Junho, a região dos inconfidentes viveu duas grandes lutas dos trabalhadores e do povo pobre em geral. Em ambas, as grandes empresas mineradoras da região utilizaram a policia e a justiça para tentar criminalizar o movimento sindical e as lutas populares.

Em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto e por onde passam os ônibus da Vale e da Samarco, há meses a comunidade protesta  por melhorias em sua qualidade de vida.
Falta tudo, e o pouco que há é de péssima qualidade. Como observa o manifesto dos moradores, as reivindicações de condições básicas de trabalho, segurança, saúde e transporte foram mais uma vez repetida pela sofrida e combativa comunidade.
Desde Junho do ano passado, os moradores têm exigido uma melhoria no atendimento de saúde, aumento nas consultas e na disposição de remédios; aumento nos atendimentos diários; substituição de funcionários; capacitação do motorista da ambulância; bem como plantões em sábados, domingos e feriados.
Reclamam ainda da gestão do Centro de Referencia e Assistência Social (CRAS) no que toca a gestão e distribuição de cestas básicas; bem como do cadastramento das bolsas famílias.
Denunciam ainda que a empresa SUPREMA não paga seus colaboradores e as obras não andam no ritmo combinado com a Prefeitura. Além disso, o uso das máquinas e equipamentos desta empresa é feito sem o devido cuidado com segurança em um local habitado. Reclamam que a escola municipal parece um viveiro para animais.
Por fim, reclamam dos abusos cometidos por funcionários da prefeitura.
Como resposta a este protesto, as empresas acionaram a justiça, que apresentou uma decisão para que o Sindicato Metabase Inconfidentes desobstruísse a  estrada. A decisão é absurda porque o sindicato não estava organizando nem participando da manifestação.
Na verdade, as empresas Samarco e Vale sabem disso, mas usam a justiça para criminalizar as lutas do Sindicato.

Já em Congonhas a coisa foi mais séria. Os trabalhadores da Mina Casa de Pedra, da CSN, estão em campanha salarial. A empresa está oferecendo pouco mais de 5% de aumento nos salários dos trabalhadores.
Entre a noite do dia 16 e a madrugada do dia 17, o sindicato organizou um protesto parando os ônibus da CSN para conversar com os trabalhadores sobre a proposta da empresa.
Vinte minutos depois do começo do protesto, um Policial Militar apareceu exigindo que os trabalhadores “fossem trabalhar” e com a arma em punho ameaçou um dos dirigentes sindicais.
A reação dos trabalhadores foi imediata. Eles desceram dos ônibus e ficaram na manifestação na rodovia, ao lado do sindicato. A Letra “E” do turno da CSN não trabalhou, em protesto contra a proposta ridícula que a CSN esta apresentando.




















Sargento da PM aponta arma para diretor do sindicato

Mobilização dos trabalhadores da CSN. Ao fundo, as viaturas da CSN se posicionaram ao lado dos representantes do RH da empresa e se viraram contra os trabalhadores.

Não à criminalização das Lutas! Tirem as mãos do Metabase Inconfidentes!
É um absurdo que a justiça e a Policia interfiram no livre direito à organização dos trabalhadores e no direito ao protesto da população. Pior ainda usar de ameaças físicas contra diretores do sindicato. Isso é uma vergonha.
Infelizmente, tais práticas só comprovam o que muitos trabalhadores já sabem e sentem na própria pele: a justiça e a policia só defendem os ricos.
Exigimos nosso direito de protestar e lutar.
Não à criminalização das lutas sociais.
Lutar não é crime.


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