segunda-feira, 23 de junho de 2014

Vale mantém prática antissindical e demite diretor do Metabase Inconfientes em mais uma perseguição ao sindicato


No dia 20 de junho, a Vale promoveu mais um ataque ao sindicato e à organização dos trabalhadores. 

De forma injusta e absurda, a Vale desligou da empresa o companheiro Vander Luis, diretor sindical e morador da comunidade Antônio Pereira em Ouro Preto. 

Essa atitude não tem fundamentação, pois não existem motivos que a justifiquem. A Vale utiliza mais uma vez o método de perseguição aos dirigentes do sindicato Metabase Inconfidentes para tentar calar a voz daqueles que querem lutar. 

Vander é morador da comunidade Antônio Pereira e, assim como a população local, sofre com as injustiças cometidas pela empresa. A região é uma das mais ricas do nosso país. 

No entanto, a população sofre com os desmandos das grandes mineradoras e dos governos, pois toda a riqueza é enviada para os cofres dos acionistas, deixando para a população apenas a poeira e os problemas sociais. 

Não podemos permitir essa prática da Vale. Vamos lutar em defesa da liberdade e direito à organização dos trabalhadores e da população em geral. Exigimos a imediata reintegração do companheiro Vander. A prática da Vale é ilegal e fere a legislação trabalhista. 

TODO APOIO AO COMPANHEIRO VANDER LUÍS! 
REINTEGRAÇÃO JÁ!
NÃO A CRIMINALIZAÇÃO DAS LUTAS! 
TIREM AS MÃOS DO METABASE INCONFIDENTES! 

Fonte: Sindicato Metabase Inconfidentes
Imagem retirada da página: nalutaenalabuta.com.br

terça-feira, 17 de junho de 2014

Vale, Samarco e CSN estão tentando criminalizar a luta dos trabalhadores e da população

No dia 16 de Junho, a região dos inconfidentes viveu duas grandes lutas dos trabalhadores e do povo pobre em geral. Em ambas, as grandes empresas mineradoras da região utilizaram a policia e a justiça para tentar criminalizar o movimento sindical e as lutas populares.

Em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto e por onde passam os ônibus da Vale e da Samarco, há meses a comunidade protesta  por melhorias em sua qualidade de vida.
Falta tudo, e o pouco que há é de péssima qualidade. Como observa o manifesto dos moradores, as reivindicações de condições básicas de trabalho, segurança, saúde e transporte foram mais uma vez repetida pela sofrida e combativa comunidade.
Desde Junho do ano passado, os moradores têm exigido uma melhoria no atendimento de saúde, aumento nas consultas e na disposição de remédios; aumento nos atendimentos diários; substituição de funcionários; capacitação do motorista da ambulância; bem como plantões em sábados, domingos e feriados.
Reclamam ainda da gestão do Centro de Referencia e Assistência Social (CRAS) no que toca a gestão e distribuição de cestas básicas; bem como do cadastramento das bolsas famílias.
Denunciam ainda que a empresa SUPREMA não paga seus colaboradores e as obras não andam no ritmo combinado com a Prefeitura. Além disso, o uso das máquinas e equipamentos desta empresa é feito sem o devido cuidado com segurança em um local habitado. Reclamam que a escola municipal parece um viveiro para animais.
Por fim, reclamam dos abusos cometidos por funcionários da prefeitura.
Como resposta a este protesto, as empresas acionaram a justiça, que apresentou uma decisão para que o Sindicato Metabase Inconfidentes desobstruísse a  estrada. A decisão é absurda porque o sindicato não estava organizando nem participando da manifestação.
Na verdade, as empresas Samarco e Vale sabem disso, mas usam a justiça para criminalizar as lutas do Sindicato.

Já em Congonhas a coisa foi mais séria. Os trabalhadores da Mina Casa de Pedra, da CSN, estão em campanha salarial. A empresa está oferecendo pouco mais de 5% de aumento nos salários dos trabalhadores.
Entre a noite do dia 16 e a madrugada do dia 17, o sindicato organizou um protesto parando os ônibus da CSN para conversar com os trabalhadores sobre a proposta da empresa.
Vinte minutos depois do começo do protesto, um Policial Militar apareceu exigindo que os trabalhadores “fossem trabalhar” e com a arma em punho ameaçou um dos dirigentes sindicais.
A reação dos trabalhadores foi imediata. Eles desceram dos ônibus e ficaram na manifestação na rodovia, ao lado do sindicato. A Letra “E” do turno da CSN não trabalhou, em protesto contra a proposta ridícula que a CSN esta apresentando.




















Sargento da PM aponta arma para diretor do sindicato

Mobilização dos trabalhadores da CSN. Ao fundo, as viaturas da CSN se posicionaram ao lado dos representantes do RH da empresa e se viraram contra os trabalhadores.

Não à criminalização das Lutas! Tirem as mãos do Metabase Inconfidentes!
É um absurdo que a justiça e a Policia interfiram no livre direito à organização dos trabalhadores e no direito ao protesto da população. Pior ainda usar de ameaças físicas contra diretores do sindicato. Isso é uma vergonha.
Infelizmente, tais práticas só comprovam o que muitos trabalhadores já sabem e sentem na própria pele: a justiça e a policia só defendem os ricos.
Exigimos nosso direito de protestar e lutar.
Não à criminalização das lutas sociais.
Lutar não é crime.


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Ato dos moradores da comunidade de Antônio Pereira questiona intransigência e desrespeito das mineradoras e do poder público municipal com os moradores

Valério Vieira, do PSTU Inconfidentes


Hoje, 16 de Junho, às 05:45hs, na Comunidade do Antônio Pereira, começou mais um protesto contra a prefeitura e as grandes mineradoras da região.

As reivindicações de condições básicas de trabalho, seguranças, saúde e transporte foram mais uma vez repetidas pelos moradores desta sofrida e combativa comunidade.

Desde Junho do ano passado, os moradores têm exigido uma melhoria no atendimento de saúde, que passa por aumento nas consultas e na disposição de remédios; aumento nos atendimentos diários; substituição de funcionários; capacitação do motorista da ambulância; além de plantões em sábados, domingos e feriados.
Também existem reclamações acerca da gestão do Centro de Referencia e Assistência Social (CRAS) no que toca a gestão e distribuição de cestas básicas e do cadastramento das bolsas famílias;

Os moradores também denunciam a empresa SUPREMA, que não paga seus colaboradores e as obras de sua responsabilidade não andam no ritmo combinado com a Prefeitura. Além disso, o o uso das máquinas e equipamentos desta empresa é feita sem o devido cuidado com segurança em um local habitado. 
Em relação à educação,a comunidade reclama da escola municipal, "que parece um viveiro para animais".
Por fim, reclamam do abusos cometidos por funcionários da prefeitura .

Os moradores do Antonio Pereira têm razão de sobra para protestar. Vivendo em uma das regiões mais ricas do país, com milhões de reais sendo tirado do subsolo todos os dias, a a comunidade vive no mais completo abandono.

Existem diversas atas de acordos não cumpridos pelas empresas e pela prefeitura. Há muito tempo os moradores esperam por obras e melhorias que nunca chegam. Uma verdadeira falta de respeito do poder público e das empresas com a população.

A ação de hoje paralisou às duas grandes empresas mineradoras da região: Vale e SAMARCO. Como bem observa o manifesto feito pelos moradores “o poder emana do Povo, e não dos grupos domesticados por Vale e Samarco”.

O Sindicato Metabase Inconfidentes prestou  seu apoio e solidariedade ao ato organizado pela comissão dos moradores. O recado foi dado: a luta está apenas começando.
  

domingo, 15 de junho de 2014

Convenção Nacional do PSTU lança Zé Maria candidato à Presidência e Cláudia Durans vice


Ato refletiu as principais mobilizações desse período, com a presença de diversas categorias em luta e da juventude


A Convenção Nacional do PSTU lançou oficialmente, na manhã desse 14 de junho, a candidatura de José Maria de Almeida, o Zé Maria, à Presidência da República. O lançamento ocorreu através de um emocionante ato que reuniu algo em torno de 500 pessoas no auditório do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo) na região da Ponte Pequena, Zona Norte da cidade.
O ato de lançamento reuniu diferentes gerações que reafirmaram a importância e a atualidade da luta contra o capital, a exploração e toda forma de opressão. Marcaram presença operários metalúrgicos, professores e representações de importantes categorias que protagonizaram fortes lutas no último período, como rodoviários do Rio e metroviários de São Paulo, inclusive vários dos demitidos pelo governo Alckmin devido à greve no início de junho.
Um operário para a Presidência
O então pré-candidato à presidência, Zé Maria, iniciou sua fala explicando a aparente contradição entre não acreditar nessas eleições marcadas e ao mesmo tempo participar dela. "Sabemos que as eleições nada mudam, pois são controladas pelas grandes empresas e multinacionais que financiam as candidaturas como a de Dilma, Aécio e Eduardo Campos", afirmou, relatando que os meios de comunicação, a fim de atender os interesses das grandes empresas, privilegiam esses mesmos candidatos. "Antes mesmo de 5 de outubro, já está definido quem pode e quem não pode ganhar a eleição", denuncia.


Apesar disso, Zé Maria ressaltou a importância de se disputar a consciência da classe, sobretudo a dos setores mais explorados. "Estamos vendo uma importante onda de greves e lutas, e as nossas reivindicações não vão vir por candidaturas e alternativas como o PSDB ou esse governo", disse. "Cada voto que conseguirmos arrancar do PT, do PSDB ou do PSB  será um passo para o fortalecimento de um projeto e uma alternativa socialista" defendeu Zé. As candidaturas Zé Maria e Cláudia Durans pretendem ser, assim, a expressão das Jornadas de Junho e as greves e lutas que tomaram o país no último período.
Zé Maria relatou um pouco do momento da formação do PT, do qual foi um dos fundadores. "Naquele momento, os operários se perguntavam porque lutavam todos os dias contra os patrões e nas eleições votavam neles e aí se questionaram: 'Por que nós, que produzimos as riquezas não governamos e acabamos com a mamata das grandes empresas, bancos e multinacionais?'". O PT, no entanto, se desviou desse caminho e, uma vez no governo, atendeu aos interesses dos mesmos de sempre.
O pré-candidato do PSTU se lembrou de uma entrevista de Lula em que o ex-presidente dizia que não daria para ganhar as eleições sendo "como o PSTU", ou seja, mantendo a independência de classe, sem receber dinheiro das grandes empresas. "Nós somos mais ambiciosos que Lula, que trocou tudo o que ele significava por um cargo de presidente da República; nós não queremos isso, queremos muito mais, nós queremos mudar o país, mudar o mundo", disse, sendo muito aplaudido.
Cláudia Durans: mulher, negra e socialista
Para a candidatura à vice-presidência o PSTU apresentou o nome da professora e assistente social Cláudia Durans. Mulher, negra e nordestina, Cláudia traz a centralidade da luta contra as opressões na campanha do partido. "Somos o partido que busca trazer a síntese da luta histórica da classe operária, mas também dos negros, mulheres e homossexuais", discursou, ressaltando que "a luta contra a exploração não está dissociada da luta contra o racismo, o machismo e a homofobia".
"Nosso partido sabe que o proletariado tem cor, sexo e orientação sexual", disse. Cláudia lembrou um dos temas que deve nortear a sua campanha: a brutal violência policial que vitima milhares de jovens e negros nas periferias. "Os números de jovens assassinatos são superiores ao de mortos de um país em guerra civil", denunciou. Ela lembrou ainda que, quanta maior a tensão social, mais os conflitos raciais aparecem.
A esquerda tem uma opção de luta
A votação dos candidatos do partido foi dirigida pelo operário da construção civil e vereador de Belém (PA), Cleber Rabelo, e por Vera Lúcia, também operária e presidente do PSTU em Sergipe. Os nomes de Zé Maria e Cláudia Durans foram aclamados pelos presentes, que votaram por unanimidade pela indicação dessa alternativa socialista para as próximas eleições.  
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres, marcou presença no ato de lançamento para apoiar o nome de Zé Maria. Altino falou da importância da luta pelos transportes, estopim para as Jornadas de Junho que abriram uma nova situação política em nosso país.
“Não tem contradição nenhuma entre os trabalhadores dos transportes e os usuários porque, para se ter transporte de qualidade tem que ser estatal”, afirmou. “Agora, não pode ser estatal e estar nas mãos do PSDB, porque aí vai servir para beneficiar as multinacionais como a Alstom ou a Bombardier”, explicou.
Altino criticou os bilhões gastos com estádios para a Copa, enquanto os hospitais e escolas estão caindo aos pedaços e os transportes precarizados e entregues às grandes concessionárias privadas. “Tivemos agora a abertura da Copa, eu queria ver era um grande show de inauguração de um hospital público, com música, artista, para dizer ‘aqui tem hospital para o povo’, disse.
Ao final, Altino chamou ao palco a delegação de metroviários, muito deles demitidos a mando do governador Geraldo Alckmin, que foi recebida pelo plenário com gritos de “metroviário é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”.  
Logo após a convenção e o ato de lançamento das candidaturas do PSTU teve início o seminário de programa do partido, que discutirá o projeto de país a ser defendido nessas eleições. 
Fonte: PSTU nacional





Dia 12 de junho fortalece as lutas e a unidade da classe trabalhadora


Valério Vieira, do PSTU Inconfidentes

Enquanto ocorria a abertura da Copa do Mundo de Futebol, milhares de trabalhadores estavam nas ruas, reivindicando melhores salários, direitos trabalhistas, moradia, saúde, educação e transporte públicos e de qualidade.

A paixão pelo futebol une os brasileiros. Esperamos por décadas a oportunidade de vermos nossa seleção jogar uma Copa do Mundo no nosso país. Também sempre tivemos o sonho de vivermos em um país decente, com distribuição de renda, serviços públicos de qualidade, sem miséria nem desemprego.

Nesse sentido, é decepcionante para todo trabalhador ver que o sonho de termos uma Copa do Mundo no Brasil veio acompanhada da manutenção das desigualdades sociais e da extrema pobreza de nossa população. É decepcionante que o governo do PT tenha gasto bilhões na construção de estádios de futebol à custa dos cortes no orçamento para os serviços públicos.

Apesar das muitas promessas de campanha, o PT governou para os ricos deste país, não resolvendo os principais problemas da classe trabalhadora. A reforma agrária não saiu do papel, os investimentos em mobilidade urbana foram ridículos e como resultado as grandes cidades deste país vivem em um constante caos. O projeto de construção de casas populares não atingiu nem a metade prevista pelo programa de governo e quem mais lucrou com o programa Minha Casa Minha Vida foram os donos das grandes construtoras deste país.

Ao fim de 12 anos de governo do PT, os ricos ficaram mais ricos, enquanto os trabalhadores vivem numa situação cada vez mais alarmante, sofrendo com a inflação, com as terceirizações, com o subemprego, com os hospitais lotados e as escolas sucateadas. Enfim, nosso país realiza uma importante Copa do Mundo em meio ao aprofundamento do caos social.

Contrário a todas essas injustiças, o Dia 12 de junho representou um importante passo à frente na luta dos trabalhadores no Brasil. Diversos movimentos organizados da classe trabalhadora protagonizaram importantes atos e paralisações no país inteiro. Foi um dia de luta contra todos os problemas existentes nesse país e em defesa de uma vida melhor para o povo brasileiro.

Na região dos Inconfidentes, unificamos forças e fizemos um importante ato na cidade de Mariana. Mais de cem trabalhadores e estudantes aproveitaram a ocasião para exigir respeito e protestaram contra os gastos exorbitantes com a Copa do Mundo da FIFA e o descaso dos governos federal, estadual e municipal com as necessidades mais básicas de nosso povo. O movimento não foi contra a Copa do Mundo e nem contra o futebol. Foi contra a aliança do governo com a FIFA para promover uma Copa que beneficia apenas os ricos e poderosos.

O ato também significou um avanço na unidade entre os trabalhadores da região. Foi uma atividade construída pela CSP-Conlutas, o sindicato Metabase Inconfidentes, o sindicato dos metalúrgicos de Ouro Preto, a ADUFOP, a ASSUFOP, o sindicato dos servidores públicos de Ouro Preto, o sindicato dos servidores públicos de Mariana, a Anel e o Movimento Mulheres em Luta. Essa aliança é uma grande vitória, pois representa o fortalecimento dos trabalhadores para as próximas lutas que virão.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Em assembleia, metroviários de SP decidem suspender a greve até dia 12 de junho

Os metroviários decidiram em assembleia realizada nesta noite (9) suspender a greve iniciada na última quinta-feira, e firmaram nova deliberação para quarta-feira (11), com indicativo de greve para o dia 12 de junho.  
Com a quadra lotada, o tom de solidariedade aos 41 trabalhadores demitidos teve tanta força quanto os pontos de pauta que originaram a greve histórica de cinco dias. Os metroviários entoavam que “ninguém fica para trás”, em campanha de apoio pela reintegração dos companheiros demitidos.  
Os trabalhadores decidiram retomar o trabalho ainda nesta noite, e devem voltar a circular na totalidade até quarta-feira, quando a categoria realiza a nova assembleia para decidir pela continuidade ou finalização da greve.
Apoio  
A CSP-Conlutas, durante os cinco dias de greve, levou apoio à  paralisação dos metroviários e segue na luta com essa categoria, com a exigência da reintegração dos trabalhadores demitidos. Repudia o Governo do Estado que mandou a tropa de choque para  reprimir  os piquetes de greve. Solicita a todas as entidades filiadas  que continuem apoiando esses trabalhadores. Pela reintegração dos metroviários demitidos: a luta continua!  
Dia de mobilização
A assembleia dos metroviários, marcada para começar às 13h desta segunda-feira (9), teve uma pausa e foi retomada após o reunião de negociação que terminou sem acordo, com a presença de representantes do  Sindicato dos Metroviários,  o presidente do Metrô,  e a Secretaria de Transportes Metropolitanos e da Secretaria da Casa Civil, além da presença da CSP-Conlutas e demais Centrais Sindicais que apoiam a luta da categoria.  
Antes de ir à reunião de negociação, o presidente do Sindicato, Altino Prazeres, passou na Quadra dos Metroviários para dar o informe aos trabalhadores de que o governo havia chamado para uma nova reunião. Altino reforçou a importância de tratar em assembleia as 41 demissões dos trabalhadores anunciadas pelo secretário dos Transportes.  
Metroviários resistem à truculência do governador e tomam as ruas de São Paulo com protestos
Nas primeiras horas desta segunda-feira, os trabalhadores metroviários tentaram realizar um ato unitário na Estação de Metrô Ana Rosa, mas foram brutalmente atacados pela Tropa de Choque. De acordo com o dirigente da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, a polícia fechou o cerco aos manifestantes dentro da estação. Alguns conseguiram escapar por uma saída alternativa, mas continuaram sendo perseguidos pelas ruas no entorno da estação. Os que não conseguiram escapar foram levados presos. Treze trabalhadores.  
Em repúdio ao ato violento, manifestantes fizeram o travamento da rua Vergueiro em frente ao Metrô. A manifestação ganhou corpo e mais de mil pessoas saíram em passeata pelas ruas da cidade com destino à Secretaria de Transportes, na rua Boa Vista.  
Participaram do protesto a CSP-Conlutas, MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Anel, Juntos, RUA, UGT, Comitê Popular da Copa e diversas outras entidades e organizações que lotaram a frente da Secretaria e exigiram a retomada das negociações com o governo.  
Atnágoras levou o apoio irrestrito da Central à manifestação. “Estamos aqui para demonstrar nossa solidariedade e estaremos com os metroviários até a vitória”, disse o dirigente.
Fonte: cspconlutas.org.br

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Chamado urgente: os trabalhadores metroviários de São Paulo precisamos de sua solidariedade

Fortalecer a luta, defender o direito de greve, impedir qualquer punição, queremos negociação já.
 Todos tem acompanhado as mobilizações em curso no Brasil. Greves e manifestações de trabalhadores e setores populares expressando sua indignação com a Copa do Mundo, seus gastos bilionários e corrupção em função dos interesses das multinacionais e da FIFA.
 Mas ao mesmo tempo colocando nas lutas concretas as reivindicações por salários, direitos, moradia, melhoria dos serviços públicos, contra a repressão e criminalização dos movimentos, etc.
Neste momento, os Metroviários de São Paulo estão em greve desde o dia 5, última quinta feira. São 4.000.000 de passageiros transportados por dia pelos metroviários na cidade onde na próxima quinta feira, dia 12, acontecerá a abertura da copa. Pela importância da greve, o governo decidiu tentar derrota-la de qualquer maneira. Buscando impor o fim da greve e também impedir que as mobilizações continuem se generalizando nos próximos dias.
A Justiça brasileira, de mãos dadas com os interesses do governo, grandes empresários e da FIFA decretou no dia de hoje que a greve é ilegal, que os metroviários devem voltar imediatamente ao trabalho e estabeleceu uma multa diária ao Sindicato, de aproximadamente U$ 250.000,.
Essa decisão da Justiça permite ao governo demitir os grevistas passando por cima de todos os seus direitos legais e econômicos.
Contamos com o apoio e solidariedade de todas as centrais sindicais brasileiras que estão organizando iniciativas de apoio à greve. (vide nota abaixo).
O Sindicato e os trabalhadores decidiram, apesar do julgamento, continuar a greve. Se trata de defender suas reivindicações e também o direito de greve.
Precisamos de seu apoio e solidariedade, Enviem mensagens para os e-mails abaixo, postem fotos nas redes sociais, divulguem este chamado nas suas listas e websites.

Todo Apoio aos Metroviários de São Paulo!
Atendimento das Reivindicações da categoria!
Em defesa do direito de greve!
Não à repressão, nenhuma punição!
Negocia Alckmin!

Altino Prazeres
Presidente Sindicato Metroviários São Paulo

Rede Internacional de Solidariedade e Lutas
CSP Conlutas - Brasil
São Paulo, 08 de junho de 2014.
NOTA DE SOLIDARIEDADE E APOIO DAS CENTRAIS SINDICAIS BRASILEIRAS AOS METROVIÁRIOS DE
SÃO PAULO

“A categoria metroviária de São Paulo encontra-se em seu terceiro dia de greve. Lutam por melhores condições de trabalho e melhorias no transporte publico de nossa cidade.
Acompanhamos com atenção as tentativas de mediação já ocorridas, bem como o reflexo desse processo no quotidiano de nossa cidade e da vida desses próprios trabalhadores.
Frente à essa situação registramos nossa solidariedade à luta dessa categoria e solicitamos que, partindo das reivindicações dos metroviários, o governador Geraldo Alckmin negocie imediatamente e assim seja possível transpor o referido impasse.”
Assinam as centrais sindicais brasileiras:
CUT – Vagner Freitas – presidente nacional
Força Sindical – Miguel Torres – presidente nacional
UGT – Ricardo Patah – presidente nacional
NCST – José Calixto Ramos – presidente nacional
CTB – Adilson Araújo – presidente nacional
CSP-Conlutas – Atnagoras Teixeira Lopes – coordenador nacional
CGTB – Ubiraci Dantas de Oliveira – presidente nacional
CSB – Antonio Neto – presidente nacional  

Eleições no Egito: vitória de al-Sisi, mas...

Nas recentes eleições presidenciais, o marechal al-Sisi teve 96,9% dos votos, pelos discutíveis dados oficiais. Seria uma vitória consagradora caso não viesse acompanhada de uma abstenção majoritária da população.
 
Segundo os dados oficiais, só 46% do povo egípcio votou, bem menos que os 80% previstos por al-Sisi. Mesmo essa porcentagem de votantes é questionada pelos observadores independentes. Afinal só 15% votou no primeiro dia de eleição e nos outros dias a votação foi visivelmente menor. O governo estendeu a votação por mais um dia, forneceu transporte grátis para os eleitores e chegou a ameaçar com multas de 500 libras egípcias (70 dólares) os que não fossem votar. Nada adiantou. Houve urnas em que não compareceu nenhum eleitor.
 
A abstenção foi a forma mais importante de protesto usado pelas massas. A oposição burguesa, com El Baradei à frente, apoiou al-Sisi. A candidatura oposicionista de Hamdeen Sabahi teve só 3,1% dos votos. Não se transformou em alternativa real, apenas ajudou a legitimar uma eleição fraudulenta.
 
A grande abstenção não é um dado pouco importante na situação política do país. É uma indicação de que o processo revolucionário continua aberto.
 
A derrubada de Morsi, o primeiro governo eleito em dezenas de anos, foi considerada por muitos o sinal de fim da “primavera árabe” ou em outros termos, do processo revolucionário. Apontava-se o apoio aos militares como um indicativo da derrota da revolução.
 
Esse tipo de análise desconhece que a ausência de direções revolucionárias de massas torna os processos políticos confusos, com inúmeras idas e vindas. O egípcio é um dos mais complexos, por suas particularidades.
 
Para nós essa abstenção significa a primeira demonstração de desgaste do regime militar simbolizado por al-Sisi. No meio de fluxos e refluxos, o processo revolucionário segue vivo.

Militares no Egito: bem mais que o papel tradicional das Forças Armadas
 
As Forças Armadas cumprem em qualquer estado burguês o papel central de sustentação do estado. Tanto em uma ditadura militar como numa democracia burguesa, o estado se apoia essencialmente em sua base militar.
 
O que se diferencia nesses casos são os regimes- a combinação de instituições com a qual se exerce o poder político. Quando os governos (ou parlamentos) que exercem efetivamente o poder são eleitos, trata-se de uma democracia burguesa. Quando são as próprias forças armadas que dirigem o país, trata-se de um regime militar.
 
Em algumas vezes existe um disfarce do regime, como no caso egípcio: o poder está com as Forças Armadas, mas existe um governo “democrático” que não manda nada. Caiu o governo de Mubarak, mas o regime militar não foi derrotado.
 
A maior contradição do processo revolucionário egípcio é que  as Forças Armadas, principais inimigos da revolução, têm grande prestígio no país. Isso tem uma explicação, em primeiro lugar na história do Egito. Foram os militares, através de Nasser que expropriaram o Canal de Suez. Foram eles que enfrentaram militarmente Israel na guerra dos seis dias.
 
Em segundo lugar o prestígio dos militares está apoiado na habilidade política com que enfrentaram as últimas crises. Quando o ascenso ameaçou derrubar o regime militar em 2011, a cúpula do exército forçou a renúncia de Mubarak. Foi-se o governo odiado, preservou-se o regime militar, embora enfraquecido. Quando Morsi, o primeiro governo eleito na história do país, enfrentou com uma rebelião de massas, os militares deram um golpe. Usurparam uma legítima vitória do povo egípcio e preservaram o regime militar.
 
A eleição de Sisi tem como objetivo legitimar essa ditadura com uma roupagem democrática. Ele já era o ditador que mandava no país e agora é o presidente eleito.
 
Mas os militares não são apenas o centro do estado, do regime e do governo no Egito. São também parte fundamental das classes dominantes. Uma forte burguesia se construiu a partir da alta oficialidade das Forças Armadas no  controle do estado por dezenas de anos, que controla 40% da economia do país. Os militares dirigem empresas nos ramos mais importantes da economia, desde a produção de massas alimentícias até  móveis e TVs, além da extração de petróleo e projetos de infraestrutura.
 
Em março passado, por exemplo,  foi anunciado  um projeto de habitação entre o Exército e a construtora Arabtec, dos Emirados Árabes Unidos, estimado em 40 bilhões de dólares.

Um desgaste do conjunto das instituições
 
A crise econômica internacional levou a um aumento significativo da miséria no Egito, sendo a base material do início da revolução. É um dos países árabes mais miseráveis, com 48,9% da população abaixo do limiar da pobreza.
 
Essa realidade só piorou desde a queda de Mubarak.  O turismo, principal setor da economia, recuou 27% desde 2011. O desemprego aumentou de 11% em 2011 para 13,5% agora. As reservas de divisas internacionais caíram de US$ 35 bilhões para US$ 15 bilhões. As cidades enfrentam cortes de eletricidade, não tem água corrente. Ruas imundas completam o cenário de miséria.
 
Os distintos governos desde a derrubada de Mubarak  tentaram escapar da crise econômica com a receita clássica neoliberal: atacando ainda  mais a população. Além disso tentaram restringir as liberdades democráticas conquistadas em 2011.
 
Morsi teve um governo desatroso, impondo o mesmo plano econômico , reprimindo e assassinando milhares de pessoas. Tentou impor a ferro e fogo o projeto econômico, político e religioso da Irmandade Muçulmana. 
 
O governo de Hazem el Beblawi, que sucedeu Morsi, utilizou a repressão contra a  Irmandade para atacar conjunto do movimento de massas. Mataram três mil pessoas e prenderam outras 22 mil . Reprimiram as marchas e mobilizações. Ilegalizaram não só a Irmandade Muçulmana, mas também o Movimento 6 de Abril, que cumpriu um papel importante na derrubada de Mubarak e na luta contra Morsi. Recentemente condenaram à morte 682 réus da Irmandade Muçulmana.
 
Uma recente pesquisa da Pew Research Center indica que a resultante de tudo isso é um desgaste do conjunto das instituições do regime. Os egípcios estão mais insatisfeitos (72%) do que satisfeitos (24%) com a situação do país.  Os militares tinham um apoio de 88% da população  logo após a derrubada de Mubarak,  73% há um ano atrás depois da queda de Morsi e 56% hoje. O próprio Sisi tem apoio de 54% dos egípcios, com 45% na oposição.
 
Morsi , da Irmandade , que tinha 53% de apoio há um ano, antes de sua queda, agora tem 42%.  Essa queda, apesar de menor, é significativa depois da proibição da organização e prisão de seus líderes pelo governo.   
 
Os tribunais, que tinham uma imagem positiva de 58% há um ano, agora têm apoio minoritário de 41% depois de suas sentenças autoritárias. Isso dá uma ideia geral do desgaste do conjunto das instituições, expressa na alta abstenção eleitoral. 

O processo continua aberto
 
Agora, no entanto, os militares terão de dirigir diretamente o governo do país. Não estarão movendo os fios do regime por trás, mas assumindo a cara do governo. Isso abre uma possibilidade de que as massas façam sua experiência com os militares.
 
O imperialismo norte-americano apoia Sisi, assim como os governos da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kwait. Junto com o apoio, esses governos cobram a aplicação de um plano econômico sério, a partir do receituário neoliberal.
 
O FMI pressiona para que se cortem os subsídios de combustíveis, a  eletricidade e o trigo. Morsi teve de implementar esse tipo de plano e o resultado foi o conhecido.
 
Agora Sisi terá essa tarefa. Terá de se enfrentar com um movimento operário que continua com suas forças preservadas e em ascenso. Desde fevereiro deste ano as greves recomeçaram. Houve mobilizações  em Mahalla,  Cairo, Alexandria, Suez e outras cidades. O processo revolucionário no Egito continua aberto.

Fonte: litci.org